Esquecer para receber e outras poesias
POESIA

Para quem busca elevar a consciência em um caminho espiritualizado os poemas de Romano D’Avila refletem nessa direção. Fique, aqui, com três poesias que tratam da difícil tarefa da “iluminação” da nossa consciência.
Esquecer para receber
No Centro do emaranhado dos universos, danças girando em torno de ti mesmo.
A divisão é tão falaciosa quanto a união, não há fissuras no que existe.
Tudo exulta na explosão de um instante.
O fogo arde na palma da tua mão.
Tu recebes na tua boca os milenares rios.
Tu és uma explosão luminosa dentro de um olho cego.
O que hoje te parece importante deverás esquecer-te no amanhã.
Deixes que tuas memórias, teimosamente carniceiras, desapareçam.
Nada nasce, nada morre, nada foi, nada será,
Em ti ronrona a eternidade.
Desprendimento
Livre de tudo
Mesmo de mim mesmo
Sem nome sem idade
Sumir
No impensável.
São estrelas
As palavras
Que ninguém pronuncia
Iluminação
Este é o momento em que os limites se abrem
Como as pétalas de uma flor que cresce no pântano.
O que foi uma cela negra estoura em linhas de luz.
As fronteiras estão acabando e assustam as definições,
Nada se pode comparar, nem julgar, calma eterna.
Os sonhados egos deixando de ser ilhas
Entregam-se ao êxtase do coração único
Para se dissolver em tremendos batimentos de amor.
A fragrância de cada ser, o firme zumbar das ideias,
O calor essencial do sentimento afetivo,
As Estrelas brilhantes dos atos bondosos,
O inesquecível tremor da paixão,
Isto é eterno, não veio nem está a ir embora,
É uma carícia do que para sempre é.

Romano D’Avila é historiador e um escritor amador, como ele mesmo gosta de se chamar. Escreve poemas, parábolas e pequenos contos. Seus escritos foram publicados em várias coletâneas literárias em edições independentes.
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