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Ler ou não ler?

Atualizado: 16 de jul. de 2020

OPINIÃO

 

Existem livros que são mais difíceis de ler do que outros. E se pensarmos um bocadinho, isso depende, na maior parte das vezes, mais dos leitores do que dos próprios livros.

No entanto, quantas vezes não deixamos de lado certos livros, mesmo aqueles que o nosso círculo de amigos ou os críticos literários insistem em afirmar que se tratam de obras-primas e de leitura obrigatória, fazendo-nos sentir estúpidos ou, no mínimo, imbecis por não conseguirmos lê-los.


Eu confesso: há livros dos quais não passei das primeiras páginas, por me parecerem demasiado densos, ocultos, eruditos ou apenas vazios de ideias. Mas a verdade é que não os consigo ler. Mesmo após várias tentativas.


Sejamos honestos, muitas pessoas andam escrevendo para si próprios ou para uma plateia restrita e minoritária. Como curiosidade, dou dois exemplos: James Joyce confessou que levou um quarto do tempo da sua vida para escrever “Finnegans Wake” e acrescentou que os leitores levariam uma vida inteira para ler esta obra (há inclusive quem diga que nem Matusalém, figura bíblica que teria vivido 969 anos, conseguiria cumprir o feito); também Robert Browning, poeta e dramaturgo inglês do século XIX, confessou que o seu livro “Sordello” apenas seria entendido por ele mesmo e por Deus. Vinte anos depois, admitiria que só mesmo por Deus.

 


Daniel Cunha é publicitário e designer gráfico. Um apaixonado por imagens e cores. E, nas horas vagas, atua como ilustrador e fotógrafo.

A revisão ortográfica deste texto é de total responsabilidade do seu autor ou assinante da postagem publicada. A revista Escape só responde pela revisão ortográfica das matérias, editoriais e notícias assinadas por ela.

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