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Livreiro: espécie em extinção?

OPINIÃO

Muitas vezes se diz que já não há livreiros como antigamente. Que são uma espécie em extinção. Que as grandes cadeias acabaram com eles. Que o empregado que nos atendeu não sabe o que está fazendo, etc., etc. De fato, tudo isto é verdade. Mas isto acontece simplesmente porque o livreiro é uma figura rara. Existiram e existem muito poucos livreiros, e sempre foi assim.


Se definirmos os livreiros apenas como aqueles que negociam livros, então, existem muitos. Mas se definirmos o livreiro como aquele que gosta, conhece, lê e vende livros, então, existem muito poucos. O livreiro é um autodidata, não há nenhum curso que o possa formar. Isto é, claro que se pode e deve dar formação a uma pessoa que quer trabalhar numa livraria ou que, enquanto gestor ou empresário, pretende criar uma, no entanto, ser livreiro é outra coisa. Ser livreiro é muito mais do que simplesmente vender livros (para isso existem vários truques), tem de saber dignificá-los, amá-los, conhecer a sua história, saber o interior de muitos, interessar-se por quem os escreve e por que os escreve daquela maneira. Tem de conhecer toda a cadeia do livro, desde que nasce na mão do autor até chegar à mão do leitor, tem de saber vendê-lo honestamente, divulgá-lo, incentivar a leitura, só assim, poderá reivindicar para si um papel importante como agente cultural.

 


Daniel Cunha é publicitário e designer gráfico. Um apaixonado por imagens e cores. E, nas horas vagas, atua como ilustrador e fotógrafo.


A revisão ortográfica deste texto é de total responsabilidade do seu autor ou assinante da postagem publicada. A revista Escape só responde pela revisão ortográfica das matérias, editoriais e notícias assinadas por ela.

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