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Enlevo

Atualizado: 9 de jun. de 2020

por Paulo José Brachtvogel

Com um ruído estrídulo, a sineta soa

Apressurados, todos correm,

O encontro é no pátio relvado e sempre bem aparado,

Na ciranda, ordenados em círculos,

O ponto máximo é expressado através de um “verso bem bonito,

um adeus e vá-se embora”!

As alocuções proferidas acanhadamente,

tinham objetivo:

A menina dos olhos doces, de jabuticaba,

Da pele macia e abrasada,

Longos cabelos negros e lisos,

De vestido rúbido

E sorriso exibido.

A timidez ingênua camuflava o romantismo temporal,

Muitas vezes declarada em manuscritos anônimos,

Entregues pelo comparsa que, no primeiro momento, não revelava o autor...

Cerrando os olhos, sinto a fragrância das cópias azul- arroxeado,

Quanto mais álcool no mimeógrafo, mais clara era a impressão.

Ah, a fonética e a fonologia, a variedade linguística,

Os substantivos, adjetivos e pronomes...

Lugar, espaço e paisagem, mapas, escalas gráficas e numéricas,

Litosfera, atmosfera e seus fenômenos...

Por que o tempo muda?

Egito, Grécia, Roma e seu legado cultural...

Biodiversidade, cadeia alimentar, decompositores,

A terra e o universo, álgebra, as formas e medidas...

Acrônico...

Eu e esse meu cacoete de sentir o tempo,

Esse hiato abstrato,

Observando pela janela os sonhos juvenis,

Rememorando a poesia e o romantismo das rodas de ciranda...


 


Paulo José Schmidt Brachtvogel é acadêmico de História da Unisinos. Amante das coisas boas e belas da vida, desde 2005 escreve sobre suas inquietações e sentimentos.

A revisão ortográfica deste texto é de total responsabilidade do seu autor ou assinante da postagem publicada. A revista Escape só responde pela revisão ortográfica das matérias, editoriais e notícias assinadas por ela.

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